A terça-feira (9), quarta(10) e quinta-feira(11) da última semana, foram dias históricos para o Perímetro Irrigado do Projeto Formoso, no município de Bom Jesus da Lapa. Nestas datas, o Distrito Formoso(DIF), recebeu o professor e pesquisador da Embrapa Semi-árido, Paulo Roberto Coelho Lopes, quando foi apresentado o Projeto de Introdução e Avaliação de Culturas Alternativas para Áreas Irrigadas, proposto pela 2º Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), na região do Médio São Francisco baiano. Pêra, maçã, abacate e caqui são algumas das variedades apresentadas para o experimento.
A proposta é que no próximo ano sejam plantadas as primeiras mudas de maçã, pêra e caqui no Perímetro Irrigado do Projeto Formoso. Nesse ensaio para produção em escala comercial, alguns produtores já disponibilizaram as áreas, as quais serão avaliadas. O processo de adaptação climática, floração e frutificação dessas plantas terá acampamento do pesquisador Paulo Roberto, que desde 2005 trabalha nos estudos para diversificar a fruticultura.
A inserção da pêra, maçã, abacate e caqui no Perímetro Formoso é resultado do Projeto de Integração e avaliação de culturas alternativas para as áreas irrigadas do semiárido brasileiro desenvolvido pela Embrapa Semi-árido com o financiamento da Codevasf, que contará com o acompanhamento técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Bom Jesus da Lapa.
A diversificação dessas novas culturas na região faz parte do Projeto de Introdução e Avaliação de Culturas Alternativas para áreas irrigadas nos perímetros da 2ª Superintendência Regional, principalmente nos perímetros Formoso e Ceraíma e as tratativas para implantação da Rota da Fruticultura nos municípios da área de abrangência da Superintendência.
De acordo o Superintendente da 2ª SR da Codevasf, com sede em Bom Jesus da Lapa, a experiência de novas variedades frutíferas no Projeto Formoso e nas suas adjacências vai, a exemplo da pêra, maçã, abacate, kiwi e romã, trazer novas perspectivas econômicas para a região. “Em breve teremos aqui as experiências implantadas para que num futuro próximo tenhamos a oportunidade de aumentar o cultivo dessas culturas, obviamente se tivermos bons resultados nessas experiências, para que a nossa região saia da monocultura”.
Herley frisou que a banana atualmente é a principal cultura do Projeto Formoso, ocupando 95% do total da área irrigada do perímetro. E lembra que apesar da banana ser uma cultura que traz um bom retorno, isso é muito perigoso, já que em todos os lugares onde a monocultura perdurou por muito tempo, hoje existe uma lacuna, existe uma deficiência econômica. “Os riscos que a monocultura traz, pode causar de uma dia para o outro, a quebra da economia e da vida social de uma região e de um município. Baseado nisso é que nós tivemos a ideia, e estamos focados em trazer novas culturas para serem implantadas no Projeto Formoso”, finalizou o superintendente.
O presidente do Conselho Administrativo do DIF, Antônio Márcio, destacou a importância desse trabalho no Projeto Formoso com a CODEVASF, Embrapa, o Ministério do Desenvolvimento Regional, com o Distrito de Irrigação e, principalmente, o produtor rural. “Há muito tempo nós estamos trabalhando dentro do Formoso com a intenção de realmente implantar culturas diferentes pra que a gente não fique preso a monocultura. Porque há bem pouco tempo nós tínhamos cem por cento de banana. Hoje nós já temos culturas como laranja, manga, poncã, limão, pitaya, outras culturas de ciclo rápido como abóbora, melancia, parte de horticultura e agora juntamente com a Embrapa a intenção é de que seja montado dentro do projeto Formoso o teste de outras culturas como pêra e outras”, destacou.
Sr. Antônio Márcio é também produtor e conhece a realidade dentro do Projeto Formoso e reforça que essa nova etapa é positiva para quem produz dentro do Distrito.
“E isso é gratificante pra nós produtores. Porque precisamos realmente de sair da monocultura porque muitas vezes nós mesmo, produtores, ficamos questionando o preço da banana nanica, o preço de banana prata e a gente às vezes não tem outra saída. E com esse trabalho juntamente com a CODEVASF, EMBRAPA, Ministério do Desenvolvimento Regional, o Distrito e o produtor que é o principal baluarte, nós podemos sair dessa história e sair, como se dizem os nossos antepassados, dando a volta por cima”, comemorou.
Com a diversificação de culturas dentro do Perímetro, o presidente do Conselho, acredita que o Formoso pode gerar ainda mais empregos. “Sabemos que nós produtores dentro do Projeto Formoso hoje somos responsáveis por dez mil empregos direto e quinze mil indiretos. E quem sabe se num futuro bem próximo podemos ser responsáveis por vinte mil diretos e quarenta indiretos. Então eu gostaria aqui de agradecer mais a essa vontade pra que a gente possa seguir em frente. Obrigado e bom trabalho pra cada um e que num futuro bem próximo possam aparecer outras semanas ainda mais gratificantes e hoje mais uma vez eu digo que o Distrito de Irrigação, a Codevasf, a EMBRAPA, o Ministério de Desenvolvimento Regional, o Sindicato do Produtor, Frutas do Oeste , estamos juntos com o produtor, engajados nessa vontade de ver o Projeto Formoso se desenvolver”, concluiu.
O Perímetro Irrigado do Formoso em Bom Jesus da Lapa é um dos maiores produtores de banana do Brasil e agora se prepara para assumir o protagonismo também nessas outras culturas. Solo fértil, água em quantidade suficiente, clima favorável são fatores naturais favoráveis, que somados a experiência dos produtores do Formoso, a gestão eficiente do DIF e o apoio da Codevasf farão toda a diferença nesse processo de diversificação da produção em Bom Jesus da Lapa.