“Todo mundo fala que é “a banana clarinha da Bahia, porque ela ficam num tom claro, uma amarelo ouro, e todas as regiões do Brasil reconhecem a qualidade. “É por isso, que a Indicação Geográfica remete à nossa região, banana da Lapa. Isso vai mostrar um diferencial de qualidade da nossa fruta”, conta orgulhoso Ervino Kogler, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Jesus da Lapa e da Associação Banana da Bahia.
Diretamente do oeste baiano, famoso pelas cultura de grãos, um dos principais diferenciais de Bom Jesus da Lapa foram os investimentos em infraestrutura e novas tecnologias. Essa região do sertão recebeu o Perímetro Irrigado do Projeto Formoso, implantado pela Codevasf em 1990, para atender a pequenos e médios produtores rurais de uma área total de 14 mil hectares. A bananicultura começou a ser implantada em 1998.
“O Projeto Formoso é um oásis no meio do sertão. Aqui é uma região que chove pouco, não se planta nada sem irrigação. Nós só produzimos alimentos porque existe o Perímetro Irrigado. Cria-se um ambiente perfeito, aqui é o paraíso para a produção de frutas”, exalta Ervino.
Hoje, o perímetro irrigado é 100% administrado pelos produtores, autossustentável e favorece a plantação de limão, laranja, tangerina ponkan, mamão, melancia e outras culturas perenes, mas o carro chefe é a banana nanica e a prata, que ocupam em torno de 8.500 hectares da região. O município de Bom Jesus da Lapa já teve o título de maior produtor de banana do Brasil, mas hoje está em terceiro lugar.
A produção do Projeto Formoso, atualmente carrega em média 1.200 caminhões por mês e cada caminhão tem capacidade para transportar 12 toneladas de banana.
Todo esse volume produtivo leva à geração de 7 mil empregos diretos e uma média de 7 a 10 mil indiretos.
Atualmente a produção do Projeto Formoso carrega em média de 1, 200 caminhões por mês, com capacidade para transportar 12 toneladas de banana.
Junto com a Associação de Frutas do Oeste, o Sindicato dos Produtores Rurais de Bom Jesus da Lapa e o Distrito de Irrigação do Projeto Formoso(DIF) e o Sebrae iniciou os processos para solicitação de Indicação Geográfica em abril de 2019. O direcionamento para o estudo de viabilidade técnica da estruturação do IG da Banana da Lapa contou com a realização de consultorias, levantamento histórico-cultural, construção do caderno técnico de especificações e criação do selo distintivo, totalizando 630 horas de atividades.
“O Sebrae apoia a atividade da fruticultura no oeste da Bahia com ações de acesso a mercado, clínicas e tecnológicas, consultorias e capacitações para os produtores com o intuito de tornar a atividade mais competitiva e sustentável. Essa região já é referência na produção de banana, o próximo passo será a Indicação Geográfica, que poderá trazer o reconhecimento internacional da qualidade da banana, resultado de muitos esforços em melhorias nos processos produtivos e uso de tecnologias”, destaca Adriano Morais, gerente do Sebrae em Barreiras.
O Sindicato dos Produtores Rurais foi criado como o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia(Faeb), em 2019, pela necessidade de ter uma entidade que pudesse buscar assistência técnica representando a todos os produtores da região. Através de uma parceria entre o Sindicato e o Senar, por meio do programa Agronordeste, 120 produtores rurais já receberam assistência técnica para suas produções.
A região que está delimitada para a IG Banana da Lapa vende, semanalmente, para 19 estados do Brasil. Por ser um grande polo e ter alta capacidade de produção, seguem comercializar fruta para qualquer destino. A região que mais compra a banana de Bom Jesus da Lapa é a Centro Oeste e, por unidade federativa, Distrito Federal e Goiás são os maiores consumidores.
“Estamos bem encaminhados. Se não fosse a pandemia, com certeza, ja´estaria pronto e a banana sendo selada, mas a gente vai chegar lá. A importância do Sebrae nisso é grandiosa. Fizemos vários cursos para produtores, viagens técnicas e comerciais. Hoje, estamos importando a IG Banana da Lapa graças à ajuda e ao empenho do Sebrae”, finaliza Kogler.
Fonte: Informe Conexão Bahia do Sebrae