A geração de energia limpa e sustentável está conquistando o seu espaço nos setores produtivos. Como é o caso da energia fotovoltaica, que tem se apresentado como uma opção a ser considerada na agricultura irrigada, já que os maiores custos desse setor decorrem das despesas com energia elétrica.
Nesse contexto, a energia solar passa a ser uma possibilidade interessante de um setor que requer um alto índice na produtividade, mantendo as despesas enxutas para continuar gerando bons resultados, para o mercado e para quem produz.
Em virtude da organização do Distrito de Irrigação Formoso – DIF, onde todos os produtores associados têm se empenhado para o crescimento da instituição, foi implantado um projeto-piloto de geração de energia fotovoltaica no Perímetro Irrigado do Projeto Formoso, zona rural de Bom Jesus da Lapa. O objetivo dessa usina é atender todos os contratos do subgrupo B, onde o payback e mais rápido, ou seja, o período necessário para que o custo de instalação se pague, ocorre em menor período.
O Presidente do Conselho do DIF, Sr. Antônio Márcio destaca a importância do produtor neste avanço, “principalmente o produtor do projeto Formoso, lembrando a nossa luta juntamente com todos os produtores e o Conselho, que nós assumimos desde 2008 e hoje superamos tantos desafios pra que a gente pudesse melhorar a vida do produtor e a vida de todas as pessoas que estão juntos nessa luta conosco, fazendo parcerias com o Projeto Formoso, a gente sempre lute de mãos dadas pra que se consiga fazer o melhor para o coletivo. E aqui mais uma vez agradecer a todos os produtores e também a CODEVASF. Lembrar a todos que a gente continua na luta, os desafios não acabam e cada dia aparece um novo e nesse momento aonde nós vivemos uma preocupação muito grande com a nossa energia, a energia elétrica, nós preocupados [com essa situação] já começamos uma usina fotovoltaica do lado da nossa captação do Formoso A e H e essa usina fotovoltaica já está em funcionamento”, destacou.
O Sr. Antônio ainda disse que é preciso buscar a instalação de mais usinas fotovoltaicas pra que seja possível baixar de forma efetiva o custo com a energia elétrica dentro do DIF. “Essa usina fotovoltaica que nós já temos em funcionamento não representa 1% por cento das nossas necessidades, mas já é um começo. Então eu gostaria aqui de colocar pra todos os produtores que esse desafio nós iniciamos. Precisamos de parcerias com o produtor e com a CODEVASF, com o poder público Municipal, Estadual e Federal para conseguir seguir em frente, mas o mais importante, é que nós já iniciamos”, ressaltou.
E lembrou mais uma vez da importância do produtor dizendo que “gostaria de dizer a cada produtor que esse desafio já está iniciado e o mais importante com recursos do próprio produtor. Então, esse desafio eu aqui coloco pra que cada produtor ajude pra que a gente tenha força pra buscar recursos junto ao poder municipal e ao poder estadual e porque não dizer ao Federal. Mas o mais importante é agradecer a cada um pela colaboração” reforçou e agradeceu.
O produtor Ady Santos, que faz parte do Conselho do DIF, destacou a atuação da gestão do Distrito Formoso dizendo que “durante essa gestão, desse conselho que aí está [com a presidência do Sr. Antônio] tem feito grandes benfeitorias trazendo grande evolução pra sustentabilidade. E o crescimento do perímetro irrigado é uma das nossas buscas. Claro que é também de todos os nossos produtores. O anseio da gente é buscar, baixar o custo de produção dentro do Perímetro Irrigado do Formoso em Bom Jesus da Lapa e a gente sabe que um dos itens que compõe o nosso curso de produção dentro da nossa tarifa d’água o maior é o custo com a energia elétrica. A gente tem que ter as nossas contas com energia elétrica arcadas todos os meses, o que não é fácil e a nossa busca é por uma energia de custo mais baixo e hoje a gente quer a energia fotovoltaica, ela está em alta e como nós nunca desistimos desse objetivo, hoje nós temos um projeto piloto pra geração de energia fotovoltaica que foi realizada e é um golaço”.
“Eu digo assim: o distrito de irrigação marcou um golaço”. (…) “A gente tem um projeto piloto que representa digamos 1% de onde a gente quer chegar. Mas isso a gente quer projetar pra um futuro, onde pretendemos realizar esse sonho, da gente produzir a energia que seja suficiente pra toda a nossa de captação e fornecimento de água seja pra os nossos produtores pressurizados, quanto pra os nossos produtores que recebem água por gravidade”, falou Ady Santos.
De acordo o Gerente Executivo do DIF, Enderson José de Souza, a usina foi construída próxima a captação do Perímetro, com 250 módulos de placas solares, em uma área de cerca de 3.500 metros quadrados, com uma capacidade de geração de aproximadamente 75 kWh (quilowatts/hora) de energia e que o sistema de energia solar já está em operação. “Agora a ideia é buscar ferramentas para expandir o projeto aos contratos do grupo A, para atender o processo de fornecimento para irrigação”.
“Essa proposta já vem sendo discutida há muito tempo pelo Conselho, e a ideia é desenvolver um projeto modular, sendo essa a primeira etapa de muitas que poderão vir”.
De acordo Ady Santos Oliveira, presidente da Associação de Produtores Frutas Oeste, a luta para conseguir implantar a usina fotovoltaica no perímetro Irrigado é antiga, e que não é algo tão simples, já que é preciso fazer contas [cálculos], para ver a viabilidade do projeto. “Primeiro que a gente tem que ver o investimento que vai se fazer, e em quanto tempo ele vai ser retornado, e a partir de quando ela vai começar a produzir sem o custo do investimento”. Ele destaca que “a proposta é avaliar, dentro das condições oferecidas pela energia solar, se vale à pena investir em novas estruturas na área”.
Já José Sabino, que também faz parte do Conselho do DIF, que a proposta busca a redução nos custos da energia para o produtor, já que a usina fotovoltaica implantada pelo Conselho junto com o produtor, é um projeto piloto, que irá direcionar o DIF para a criação de novas usinas. “Essa usina que a gente fez é um experimento que já está em funcionamento. Essa ação é o início de um projeto do Conselho do Distrito Formoso com o apoio do produtor. E a gente espera que consigamos avançar, investindo cada vez mais nesse modelo de produção de energia, que além de ser limpa e funcionar, tem o custo menor. Dessa forma, a gente fica na expectativa de conseguir investir mais e montar mais uma usina fotovoltaica pra que venha funcionar e gerar mais energia com o custo mais barato”.
Sabino destacou ainda, que a proposta de produzir usando a energia solar, vai diminuir os custos para o produtor. O custo da produção que nós temos hoje é altíssimo. E diante dessa realidade, a intenção do trabalho do Conselho e da Administração do DIF é baixar o custo da energia, com a implantação de uma parque solar maior. Ficamos no aguarde que a gente consiga montar mais mais usina pra que venha beneficiar o produtor”, finalizou.
O projeto-piloto da usina de energia solar é o primeiro da Segunda Superintendência da CODEVASF implantado dentro de um perímetro irrigado, com recursos próprios.
Esse projeto será uma ferramenta para o DIF avaliar a viabilidade em todos os aspectos.
Importante o destacar o trabalho do DIF, com conselho administrativo que apreciou o processo, autorizou e acompanhou de perto o andamento das diretrizes.
O perímetro de irrigação do Projeto Formoso tem 19.500 hectares, com 8.700 hectares utilizadas para a plantação de banana, e é vinculado a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF). Sendo administrado pelo Distrito de Irrigação Formoso, entidade privada sem fins lucrativos, constituída por todos os irrigantes da área, sendo responsável pelos serviços de operação e manutenção de todo Perímetro Irrigado.